domingo, 27 de julho de 2008
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Filme "Expulso" e a desonestidade criacionista.
A mais nova produção criacionista dos Estados Unidos, “Expelled: No Intelligence Allowed”, é um barco com um enorme rombo no casco antes mesmo de ser lançado ao mar. Cheio de falcatruas em sua produção, é praticamente uma novela mexicana para o ateu.
O site Portal Ateu está fazendo uma série de artigos comentando as fraudes e mentiras:
Algumas das manobras desonestas e mesmo sinistras que estas pessoas fazem:
1. Na pré-produção do filme, um conjunto de cientistas foram convidados para participar num filme chamado “Crossroads” onde o tema principal era a relação entre religião e ciência. Destes incluem-se Richard Dawkins, PZ Myers, Daniel Dennett, Michael Shermer, Eugenie Scott, entre outros. Depois das entrevistas feitas, os conteúdos foram distorcidos e manipulados.
2. Quando o filme estava em fase de pós-produção, soube-se que o filme se ia chamar “Expelled” e que seria um filme criacionista. Quando confrontado com as criticas dos cientistas que tinham sido enganados, os produtores disseram que o filme tinha mudado de nome durante o período de produção: no entanto, o domínio web www.expelledthemovie.com já tinha sido adquirido no período de pré-produção.
3. Atuando na realização do filme, a primeira cena é o ator principal, Ben Stein, fala para uma platéia de alunos na Universidade de Pepperdine, uma Universidade Cristã. Das centenas de “alunos na aula”… apenas três eram verdadeiramente alunos, todos os outros eram figurantes.
4. Uma parte das cenas técnicas utilizadas no filme, é de uma proteína “caminhando” num filamento celular, foi usada sem autorização, e está neste momento sob um processo em tribunal para alteração do filme.
5. Os grupos cristãos estão organizando atividades para tentarem fazer com que o filme seja um sucesso na primeira semana de exibição. Destas pode-se incluir: entrega de bilhetes gratuitos em Universidades, organizações locais para mobilização da comunidade cristã para ir ver o filme, iniciativas de reserva de cinemas inteiros mesmo que não haja “convidados” que cheguem para esgotar a sala, etc.
Fonte: Fraudes e mentiras (parte 1)
E mais…
Só mais um exemplo.
É apresentado à audiência mais um caso de perseguição e exclusão do meio acadêmico de alguém que “teve a coragem de expor uma idéia diferente”. Guilermo Gonzalez, não conseguiu tornar-se efetivo na Universidade de Iowa. E claro que no filme, ele é apresentado como mais uma vitima “no alto altar da intolerância científica” porque teve a coragem de escrever um livro a favor de DI chamado “O Mundo Privilegiado”.
Mais uma vez, o mínimo de pesquisa sobre estes assuntos mostra outra falsidade por parte dos cineastas. Gonzalez quando entregou o pedido de ascensão na carreira, não tinha o número mínimo de publicações científicas necessárias, não tinha desenvolvido nenhuma investigação de qualidade, e tinha conseguido duas bolsas de estudo (um número ridículo para uma universidade Americana), sendo uma das bolsas para escrever o respectivo livro, atribuída pelo… Discovery Institute.
Fonte: Fraudes e mentiras (parte 2)
Recomendo acompanhar o site para entender completamente a charlatanisse do projeto. Com certeza haverá novos artigos comentando o filme.
É a falta de argumentos, levando ao desespero.
quarta-feira, 23 de julho de 2008
Elo Perdido
Ao longe, este peixe parecia um crocodilo
Um crânio, um ombro e parte da pélvis de um peixe que tinha quatro membros e viveu há 370 milhões de anos, Ventastega curonica, dá aos cientistas mais um elemento para a explicação da evolução entre peixes e vertebrados superiores, revela um estudo que sai hoje na revista Nature.
Este peixe capaz de andar possuía a cabeça de um tetrápode (um vertebrado de quatro membros mais adaptado à terra que à água) e um corpo dotado de barbatanas que tinham a forma das do seu predecessor na cadeia evolutiva, Panderichthys, segundo os autores do artigo, uma equipa internacional de paleontólogos liderada por Per Ahlberg, da Universidade de Uppsala, na Suécia.
Ventastega curonica era dotado de uma grande mandíbula com dentes afiados, com uma cabeça mais parecida com a de um crocodilo. De facto, o estranho peixe tinha a dimensão deste réptil e devia deslocar-se em águas pouco profundas. "Imagino que era um animal que podia deslocar-se sobre bancos de areia sem dificuldade", disse Ahlberg. Comia outros peixes e os seus membros tinham um número desconhecido de dedos - foi graças à pélvis e ao ombro que os cientistas concluíram que não tinha barbatanas mas patas. "Se o víssemos de longe, parecia-se com um pequeno crocodilo, mas se olhássemos mais de perto veríamos uma barbatana nas costas", acrescentou o professor sueco.
O fóssil mostra ainda que os primeiros anfíbios do Devónico (entre 410 e 360 milhões de anos) não evoluíram forçosamente de maneira linear, como até agora se pensava, mas diversificaram-se em ramos de evolução diferentes (polifiléticos), dizem os investigadores. "É tentador interpretar o Ventastega como um claro intermediário na cadeia de evolução", indicam, acrescentando que é necessário olhar para esta tese "com prudência".
O fóssil foi descoberto no oeste da Letónia, onde antigamente existia uma clima semi-tropical. Já tinham sido encontrados outros fósseis desta espécie, mas nenhum era tão completo como este.
A descoberta do Ventastega aconteceu há dois anos, após ter sido divulgada a existência de uma outra espécie, Tikaalik roseae, igualmente descrita como o elo perdido entre os peixes e os tetrápodes - que incluem descendentes como os anfíbios, as aves e os mamíferos. Para os autores deste novo estudo, o Ventastega curonica preenche um vazio morfológico que existe entre o Tikaalik e o primeiro tetrápode, o Acanthostego. - S.S.
Fonte: http://dn.sapo.pt/2008/06/26/ciencia/elo_perdido_saida_mar_para_a_terra.html
Frase
terça-feira, 22 de julho de 2008
Orgãos Vestigiais
Já não são necessários para o tipo de alimentos que ingerimos. A não ser que alguém gosta de andar mascando mato por ai. Só 5% da população tem um jogo destes terceiros molares sãos.
Músculos extrínsecos do pavilhão auricular-
São os músculos que permitem a algumas pessoas moverem suas orelhas. Não têm nenhuma outra utilidade que a de transformar, em quem os tem, em atração bizarra.
Órgão Vomeronasal (ou de Jacobson)-
Um diminuto buraco à cada lado do septo nasal que está unido aos quimiorreceptores não funcionais. É tudo o que resta de nossa outrora grande habilidade para detectar feromônios.
Costelas do pescoço-
Um conjunto de costelas cervicais, possivelmente restos da idade dos répteis, ainda aparece em menos de 1% da população. Com freqüência provocam problemas nervosos e arteriais.
Terceira pálpebra-
Um ancestral comum às aves e os mamíferos tinha uma membrana para proteger o olho e varrer os resíduos para o exterior. Do os humanos conservam só um pequena prega no canto interior do olho (justamente onde entra o cisco).
Ponto de Darwin (ou tubérculo)-
Um pequeno ponto de pele grudada na parte superior de cada orelha que aparece ocasionalmente nos humanos modernos. Poderia tratar-se de um remanescente de uma formação maior que ajudava ao homem a se centrar nos sons distantes.
Músculo subclávio-
Este pequeno músculo situado abaixo do ombro, que vai desde a primeira costela até a clavícula, poderia ser útil se os humanos ainda caminhassem de quatro. Algumas pessoas têm um, outras não têm nenhum, e alguns poucos têm os dois.
Músculo palmar-
Este músculo longo e estreito percorre o cotovelo até o pulso e já não existe em 11% dos humanos modernos. Ele deve ter sido muito importante para pendurar-se e escalar. Os cirurgiões aproveitam este músculo para empregá-lo em cirurgia reconstrutiva.
Mamas masculinas-
As glândulas lactíferas formam-se antes de que a testosterona provoque a diferenciação do sexo no feto. Os homens têm tecido mamário que pode ser estimulado para produzir leite e inclusive para amamentar... Mas quem já viu nos últimos 20.000 anos algum homem amamentando?
Músculo eriçador do cabelo-
Conjunto de fibras musculares lisas que permitem aos animais arrepiar sua pelagem para melhorar sua capacidade de isolamento ou para intimidar outros animais. Os humanos conservam esta habilidade ainda que obviamente perderam a maior parte de sua pelagem.
Apêndice-
Este estreito tubo muscular unido ao intestino grosso, servia como área especial para digerir a celulose quando a dieta dos humanos consistia mais em proteínas vegetais que em animais. Também produz alguns glóbulos brancos, e mesmo quando é retirado, a quantidade de glóbulos brancos produzidos no intestino, não diminui.
Pelo corporal-
As sobrancelhas, evitam que o suor caia nos olhos, e a barba masculina poderia ter algum papel na seleção sexual, mas aparentemente, a maior parte do cabelo restante no corpo humano não tem nenhuma função.
Músculo plantar-
Com freqüência confundido com um nervo pelos estudantes novatos de medicina, este músculo foi útil para outros primatas, que o usavam para agarrar objetos com os pés. Já desapareceu de 9% da população humana.
Décima terceira costela-
Nossos parentes mais próximos, os chimpanzés e gorilas, contam com um jogo extra de costelas. A maioria de nós temos 12, mas 8% dos adultos ainda contam com um par a mais.
Útero masculino-
Dentro da próstata, encontra-se um órgão reprodutor masculino não desenvolvido, lembrança do momento sem diferenciação de sexo pelo qual todo embrião passa.
Dedos do pé (menos o dedão)-
O humano utiliza o dedão do pé para equilibrar-se. O resto só serve para fazer sofrer quando se choca contra a quina de algum móvel.
Cóccix-
Nossos ancestrais hominídeos perderam o rabo bem antes de começar a andar. O que sobrou é o cóccix, um conjunto de três a cinco vértebras fundidas no fim da coluna dorsal. Sua única função é ajudar a manter os músculos da região estruturados, mas sua remoção não prejudica o paciente. Só serve para causar uma dor lancinante quando caímos de traseiro."
Paradigma dos cinco macacos
segunda-feira, 21 de julho de 2008
A última evolução
A descoberta de uma transformação evolutiva ocorrida na África há apenas 4 000 anos, revelada na semana passada numa pesquisa da Universidade de Maryland, esclarece uma dúvida da ciência e oferece mais uma prova espetacular da acuidade das teorias do naturalista inglês Charles Darwin. O desafio dos pesquisadores, liderados pela geneticista americana Sarah Tishkoff, era descobrir por que entre alguns povos africanos os adultos apresentam boa tolerância ao consumo de leite, o que não acontece com a maior parte da população daquele continente. A capacidade de digerir a lactose, o principal açúcar do leite, vai desaparecendo à medida que cessa a amamentação. Os adultos que podem continuar a tomar leite sem sofrer perturbações gástricas têm uma mutação num gene responsável pela enzima que processa a lactose. Quando o gado foi domesticado pela primeira vez, há 9.000 anos, e as pessoas começaram a consumir seu leite além da carne, a seleção natural favoreceu aqueles com tolerância à lactose.
Uma mutação desse tipo ocorreu entre 5.000 e 6.000 anos atrás entre povos criadores de gado no norte e no centro da Europa. Hoje, quase todos os holandeses e 99% dos suecos têm tolerância ao leite – índices muito maiores que os de outros países da Europa. Na Hungria e na Polônia apenas 35% dos adultos toleram a lactose. Os cientistas de Maryland queriam saber se a mutação da tolerância à lactose entre os europeus, descoberta em 2002, existia entre povos pastoris de outros lugares. Depois de pesquisarem 43 grupos étnicos da Tanzânia, do Quênia e do Sudão, constataram que, nessas populações, a capacidade de digerir o leite é propiciada por três mutações genéticas distintas entre si, e todas diferentes daquela que confere aos europeus a tolerância à lactose.
A descoberta é considerada por arqueólogos, antropólogos e geneticistas uma espetacular evidência de convergência evolutiva. Isso ocorre quando duas ou mais populações adquirem uma mesma característica de forma totalmente independente. Sarah e sua equipe descobriram que a principal das três mutações, encontrada em grupos étnicos do Quênia e da Tanzânia, coincide com evidências arqueológicas de que tribos pastoris habitaram essas regiões entre 2.700 e 6.800 anos atrás. Ao estudarem os genes dos povos africanos incluídos na pesquisa, os cientistas puderam confirmar o que já suspeitavam: as mutações lhes conferiram grandes vantagens na evolução da espécie. Bem alimentados com produtos lácteos, povos como os beja, do Sudão, produzem dez vezes mais descendentes do que populações da mesma região que não possuem o gene mutante que as tornaria tolerantes ao leite.
Darwin, em sua teoria da evolução, explicou que a mutação genética ocorre de forma espontânea e aleatória e pode se espalhar dentro de uma população por meio da reprodução, sem levar em conta se aumenta ou diminui a chance de sobrevivência em um determinado ambiente. O que evita o caos é um processo que o naturalista inglês chamou de seleção natural. Esse processo beneficia a multiplicação, através das gerações, de mutações que aumentem a chance de sobrevivência e de procriação num determinado meio ambiente. Ou seja, o mais bem adaptado terá mais filhos e acabará por transmitir às gerações seguintes sua mudança genética benéfica. Caso a mudança torne o indivíduo menos adaptado ao ambiente, a sobrevivência da espécie ficará ameaçada, pois aqueles que carregam a mutação terão nenhum ou poucos descendentes. A teoria é bem conhecida – mas raras vezes antes foi possível vê-la funcionar de forma tão explícita entre os seres humanos.
Embora seja impossível especificar quais influências ambientais propiciaram vantagens evolutivas aos povos africanos estudados, os cientistas estão convencidos de que a domesticação do gado foi uma delas. Quem tinha a alteração genética podia usar o leite como alimento, beneficiando-se do cálcio e da energia extra da lactose. Em épocas de seca, a água limpa contida no leite matava a sede. Quem não tinha tolerância ao leite, mas tentava hidratar o organismo com ele, arriscava-se a perder ainda mais água devido a diarréias. "No que diz respeito às bases genéticas da tolerância à lactose, as diferenças entre os europeus e essas etnias africanas mostram que, mesmo tendo habitado regiões diferentes do globo, seus ancestrais desenvolveram uma mesma característica", disse a VEJA Sarah Tishkoff, a coordenadora da pesquisa. Algumas populações chegaram a depender quase totalmente dos produtos lácteos. O exemplo mais expressivo é o do povo massai, pastores nômades do Quênia que se alimentam não apenas do leite e da carne, mas também do sangue dos bovinos que criam. Em todas essas populações estudadas pela pesquisa de Maryland, o casamento entre mutação genética e meio ambiente propiciou enormes vantagens competitivas. Como sempre, Charles Darwin tinha razão.
A genética e a lactose A capacidade de digerir o leite nos adultos depende da mutação em um gene que permite ao organismo absorver os açúcares que o alimento contém. A tolerância varia entre as populações Não conseguem digerir lactose 65% da população mundial 50% dos brasileiros 99% dos chineses |
Veja - Edição 1987 . 20 de dezembro de 2006