quinta-feira, 13 de maio de 2010

Especialistas encontram fóssil de réptil pré-histórico no interior do RS










Uma equipe da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) descobriu nesta última terça um fóssil de um réptil em bom estado de conservação, em Dona Francisca, (Rio Grande do Sul). A espécie encontrada é um Prestosuchus chiniquensis, um predador que viveu há há 240 milhões de anos e faz parte de um grupo anterior aos dinoussauros. O animal, semelhante a um jacaré, tinha um tamanho de grandes proporções: tinha cerca 7 metros de comprimento e 1,5 metro de altura. Era quadrúpede e pesava cerca de uma tonelada.

Fonte:http://www.sidneyrezende.com/noticia/85926+especialistas+encontram+fossil+de+reptil+pre+historico+no+interior+do+rs

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Encontradas três espécies que vivem sem oxigênio

Têm um milímetro e habitam no mar Mediterrâneo a três mil metros de profundidade.
2010-04-07

Um dos pequenos loriciferos encontrados
(Crédito: Robert Danovaro)

Desde que, há quase 250 anos, se determinou pela primeira vez que o oxigénio é um elemento imprescindível para a vida, nenhum cientista, em nenhuma parte do mundo, encontrou alguma vez um animal capaz de viver sem este elemento.

Uma equipa de cientistas dinamarqueses e italianos localizaram não um mas três animais pluricelulares diferentes que são capazes de viver e reproduzir-se em sedimentos anóxicos (sem oxigénio) a três mil metros de profundidade nas águas do Mediterrâneo.


Esta descoberta, recentemente publicada na Nature, alterará radicalmente tudo o que achávamos saber sobre o limite da vida.

Até ao momento, as únicas criaturas conhecidas capazes de viverem em ambientes sem oxigénio eram os vírus, as bactérias e alguns microrganismos unicelulares.

Os cientistas acabaram por dar a volta ao que se julgava saber ao encontrarem as três espécies capazes de passar toda a vida sem necessidade de oxigénio no fundo do Mediterrâneo.

Roberto Danovaro, da Universidade Politécnica de Marche, na região italiana de Ancona, localizou as extraordinárias criaturas durante três expedições às costas meridionais da Grécia.

"Como ir à Lua"

As espécies, que ainda nem sequer receberam um nome, pertencem à família Loricifera, composta por mais de duas dezenas de espécies dos pequenos moradores das profundidades marinhas. Medem menos de um milímetro e vivem a mais de três mil metros de profundidade em sedimentos da bacia de Atalante, um lugar tão pouco explorado que Danovaro compara a “ir à Lua e reunir rochas” Ao contrário das plantas, fungos e todos os animais conhecidos, a nova espécies não usa mitocôndrias, os organelos celulares que convertem o açúcar e o oxigénio em energia.

Em vez disto, as estranhas criaturas têm outros tipos de organelos semelhantes aos hidrogenessomas − um componente celular com numerosos micróbios para produzir energia a partir de complexas reacções enzimáticas.

O modo como estes animais evoluíram e como conseguiram sobreviver num meio tão adverso começa a ser investigado e que a partir de agora, abre-se um longo caminho de possibilidades de trabalho para os investigadores.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Novo hominídeo é 'máquina do tempo' da evolução

Mesmo se não for ancestral direto do homem, fóssil lança luz sobre o processo evolutivo.

Mesmo que o Australopithecus sediba seja apenas um "galho morto" da árvore genealógica humana, seus fósseis servem como uma "máquina do tempo" para o estudo do processo evolutivo que levou ao surgimento do Homo sapiens, segundo os pesquisador Lee Berger, que fez a descoberta.

A morfologia da pélvis e dos pés mostra que a espécie era bípede e, provavelmente, já caminhava de forma bem semelhante a um ser humano moderno. Sua combinação de pernas curtas e braços longos, porém, indica que, apesar de ser um bom andador, o A. sediba ainda matinha hábitos arborícolas.

"Ele já havia adotado o bipedalismo, mas, ainda assim, dependia de escalar árvores para sobreviver", avalia Berger, da Universidade de Witwatersrand. "Ele provavelmente se locomovia como um bípede pelo chão, mas mantinha grande parte de seu cotidiano ligado às árvores", concorda o pesquisador brasileiro Walter Neves, da USP, que avaliou a descoberta a pedido do Estado.

Essa composição típica dos membros australopitecinos só se inverte por completo - passando a braços curtos e pernas longas - no Homo erectus, o antecessor direto do Homo sapiens, que abandonou definitivamente a vida nas árvores para se transformar num bípede terrestre em tempo integral.

Espécies mais primitivas do gênero Homo, como H. habilis e H. rudolfensis, ainda tinham hábitos arborícolas, tal qual os australopitecinos. "Talvez essa seja a característica que realmente inaugura o gênero Homo: o bipedalismo estritamente terrestre", cogita Neves.

A classificação de H. habilis e H. rudolfensis no gênero Homo é extremamente controversa. Muitos cientistas acham que eles deveriam ser reclassificados como Australopithecus.

A. sediba também era muito diferente de outro australopitecino anterior a ele: o Australopithecus afarensis, que viveu entre 4 e 3 milhões de anos atrás, e cujo esqueleto mais famoso é conhecido como Lucy. Se um A. sediba e um A. afarensis ficassem lado a lado, as semelhanças seriam óbvias, mas as diferenças também, segundo Berger.

"O A. sediba era surpreendentemente alto. Essa seria a primeira coisa que você perceberia", disse o pesquisador, em entrevista coletiva internacional, respondendo a uma pergunta do Estado. Com 1,30 metro de altura, a espécie era baixa se comparada aos humanos modernos, mas alta se comparada à média do A. afarensis. Lucy tinha só 1 metro de altura. Os braços, as mãos e o quadril também eram diferentes.

"Se a reconstrução dos braços de Lucy estão corretas, então o A. sediba tem braços muito mais longos", avalia Berger. As mãos, por outro lado, são menores e fortes, mais parecidas com a do homem. E a morfologia do quadril também é bem "mais humana", apesar de Lucy já ser bípede.

Todos esses dados confirmam a teoria de que a evolução da anatomia humana ocorreu na forma de "mosaico", com características modernas (ligadas ao gênero Homo) surgindo em várias espécies diferentes e combinações diferentes. "Não foi uma coisa que aconteceu em sequência, com as características surgindo e se acumulando em uma única linhagem", explica Sandro Bonatto, biólogo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. "Os componentes do Homo estão espalhados por vários ancestrais."

Só um deles, porém, deu origem ao Homo sapiens. As outras linhagens foram extintas.

http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,novo-hominideo-e-maquina-do-tempo-da-evolucao,535759,0.htm

Completando o texto;

Muitos criacionistas acusam, ou injustamente ou porque não entendem (o mais provável), os arqueólogos quando descobrem um novo fóssil e o mesmo não é totalmente classificado como ancestral do ser humano. Dizem que o arquivo fóssil não é completo e que existem lacunas no registro (essa já virou jargão de crias), mas o fato é que fósseis de transição e ancestrais existem sim! E muitos! O que os arqueólogos não querem e não fazem é dizer simplesmente qual linhagem é a que se tornou seres humanos, por uma questão de ciência, pois algumas linhagens foram extintas. Só uma chegou a nós. Para saber qual, é uma questão de investigação científica e alguns fósseis já tem o veredicto de ser "homo". Mas tem muito trabalho pela frente!

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Museu que educa

Smithsonian inaugura ala sobre evolução humana

Ala tem 285 fósseis e artefatos, incluindo o único esqueleto Neandertal dos Estados Unidos.
Entrada do recém-inaugura Ala da Origem Humana do Museu Smithsonian

WASHINGTON - O Museu de História Natural Smithsonian, localizado em Washington, nos EUA, inaugurou nesta quarta-feira, 17, uma ala permanente que exibe a evolução humana no período de 6 milhões de anos.
Com um custo aproximado de US$ 21 milhões, o Ala da Origem Humana terá 285 fósseis e artefatos, incluindo o único esqueleto Neandertal dos Estados Unidos. O curador responsável pela nova ala, Rick Potts, diz que a exposição exibe as principais etapas do desenvolvimento do ser humano.
Esqueletos humanos de diversos períodos podem ser vistos na nova ala do museu

Grande parte do fundo utilizado na construção da nova ala do museu foi doado pelo bilionário David H. Koch, vice-presidente executivo da companhia de energia elétrica Koch Industries Inc.
O Museu de História Natural Smithsonian atrai 7,4 milhões de visitantes por ano, o que o faz o mais visitado nos Estados Unidos.

http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,smithsonian-inaugura-ala-sobre-evolucao-humana-que-custou-us-21-mi,525586,0.htm

Fábrica de cães


Essas raças de cães - e há muitas outras - surgiram em alguns milhares de anos (muitas em poucas centenas de anos), vindas de um ancestral em comum, o lobo (geneticamente verificado em 1997), e revelam um fato surpreendente, porém inegável: seres vivos se modificam grandemente com o passar do tempo.

Gene "desativado"


O gene que regula o desenvolvimento da barbatana pélvica, chamado Pitx1, também contribui para o desenvolvimento de outras estruturas importantes no peixe, cada uma delas regulada por um acentuador separado. Nos peixes-espinho de águas rasas (à direita), uma mutação desativou apenas o acentuador responsável pelo desenvolvimento da barbatana pélvica, deixando o Pitx1 e suas outras funções intactos.
Para saber mais: http://www2.uol.com.br/sciam/reportagens/o_jogo_da_evolucao.html

Dinos e Penas


Há muito tempo os paleontólogos conheciam as notáveis semelhanças entre dinos e aves, mas ainda era fácil diferenciá-los. Porém, as recentes descobertas de dinossauros emplumados tornou difícil distinguí-los. Á direita, Fúrcula e pigóstilo, ossos caraterísticos das aves, mas também encontrados nos dinossauros. Á esquerda, Sinornithosaurus, dinossauro emplumado descoberto na China. Há fósseis de antigas aves com dentes e de dinossauros com bicos, como o Erlikosaurus.

Transição prevista pela Teoria da Evolução


Tiktaalik roseae. Transicional entre peixes e tetrápodes (animais com quatro membros) encontrado no local e no período previsto pela Teoria da Evolução, em rochas datadas com 368 milhões de anos, no Canadá, em 2006. À direita, uma comparação com peixes e tetrápodes "verdadeiros". Possuía escamas e nadadeiras como os peixes, mas também possuía pescoço e costelas expandidas como os tetrápodes, entre outras caraterísticas transicionais.

Golfinhos


Sequência do desenvolvimento embrionário de um golfinho. Observe no círculo verde o surgimento de um pequeno apêndice no exato local onde deveriam estar as pernas traseiras, para em seguida sumir. Os cetáceos mantêm seus desnecessários ossos pélvicos (pois não possuem pernas) mesmo quando adultos.

Baleias


Gráfico da evolução das baleias. Os fósseis confirmaram o que já era sugerido pela análise do DNA das baleias atuais: os parentes mais próximos delas são os ungulados artiodáctilos (porco, hipopótamo, camelo, cervo e o boi). As figuras não são apenas concepções artísticas; todas possuem seus respectivos fósseis devidamente datados.

Baleia com mãos?


Acima: esqueleto de uma baleia beluga. Note a estrutura óssea dos "braços"; e das "mãos". Não parece um cachorro sem as pernas traseiras? Abaixo: fóssil de Ambulocetus, um parente antigo e distante - mas não muito - do "cachorro" da imagem acima, ainda com seus membros traseiros. Mais de 40 milhões de anos os separam.

Pernas Vestigiais


Acima, à esquerda: lagarto (sim, um lagarto) com pernas vestigiais. Acima à direita: detalhe da perna vestigial. Abaixo, à esquerda: pernas vestigiais de uma cobra python. Abaixo, à direita: homologia entre os membros inferiores de humanos e cobras com pernas vestigiais.

Sobre Fósseis no Monte Everest

Chega a ser até absurdo ter que explicar aqui, que os fósseis marinhos que existem no monte Everest, não foram parar lá por causa de nenhum dilúvio, é claro!!!

A formação do Monte Everest


Imagem - U.S. Geological Survey
Em formato aproximado de pirâmide e coberto por geleiras, o Monte Everest é parte da cadeia de montanhas do Himalaia, que segue ao longo da fronteira entre o Nepal e o Tibete. Os Himalaias são montanhas em estrutura de dobra formadas há milhões de anos pela deriva continental. O oceano Tethys separou o subcontinente indiano do continente asiático. Com o tempo, o subcontinente indiano deslocou-se para dentro do continente principal e o mar foi puxado para cima para formar uma série de sulcos paralelos ou dobras. É incrível, mas as montanhas mais altas do mundo foram antes o fundo do oceano e ainda contêm fósseis marinhos.

O Himalaia é uma cadeia de montanhas relativamente jovem, sendo formada a meros 60 milhões de anos, em contraste com cadeias montanhosas muito mais velhas, como os Apalaches. Na verdade, continuam crescendo. Esta contínua movimentação significa que o Himalaia eleva-se de 2 a 6 cm por ano. Toda essa atividade geológica cria instabilidade e gera terremotos ocasionais.






Veja a matéria completa (em inglês) no site da USGS.
http://pubs.usgs.gov/gip/dynamic/himalaya.html

terça-feira, 30 de março de 2010

Asas vestigiais.

Aves com asas vestigiais e penas que parecem pelos. Foto menor: kiwi, da Nova Zelândia. Foto maior: esqueleto de uma kiwi, onde é possível ver a diminuta e praticamente inútil asa. Ao contrário das outras aves, os ossos da kiwi não são ocos, mas possuem medula, como os mamíferos. Abaixo, à esquerda: comparação entre os ovos da pequena kiwi, uma avestruz e a extinta moa (todos com asas vestigiais). Abaixo, à direita: relação entre o ovo e o corpo da ave. A desproporção é tanta que 3 dias antes de botar o ovo a kiwi não consegue mais comer por já não ter espaço em seu abdômem.

A evolução explica!

Projeto Inteligente?

"Nada faz sentido em Biologia a não ser à luz da evolução". Essa frase aparentemente pretenciosa do biólogo Theodosius Dobzhansky, se revela irretocável ao observarmos criticamente as estruturas dos seres vivos. Acima: comparação entre os olhos dos seres humanos e dos cefalópodes (polvo). Note que no polvo o "projeto" é mais racional, estando os fotorreceptores apontados para a frente, com a "fiação"chegando por trás, enquanto que nos olhos humanos (e demais vertebrados) estão surpreendentemente viradas para o lado contrário à incidência da luz e após toda a "fiação", o que obriga o nervo óptico a passar pelo meio do olho, criando o nosso conhecido ponto cego.
Parece um projeto inteligente?

quarta-feira, 24 de março de 2010

Mais Falácias Criacionistas

Sobre homens e dinossauros!

Um vídeo cristão postado no youtube sugere que os dinossauros conviveram com os homens. O palestrante, o sr Adauto Lourenço, dentre as várias falácias que coloca em pauta, gostei de uma que são as pedras incas que mostram alguns dinos juntamente com humanos. (veja abaixo)



Bem, como eu já disse antes, não é preciso muito esforço para desbancar estes negadores da história.
O cientista espanhol Vicente Paris, após 4 anos de investigação, declarou que as pedras não passam de uma grande fraude, entre as provas apresentadas por este investigador foram microfotografias das pedras que revelou vestígios de pinturas modernas e abrasivos. As mais fortes evidências de fraude, tal como alegado é a superficie plana das gravuras de pouca profundidade; pedras de grande idade deve ter a erosão substancial das superfícies.

Conclusão: Tomem cuidado com vídeos criacionistas no youtube.....rs


sábado, 20 de março de 2010

Museu que deseduca.

"O Museu da Criação, em Kentucky, é uma instituição generosamente financiada, dedicada integralmente à negação da história nessa escala avançada. Lá as crianças podem cavalgar em um modelo de dinossauro equipado com sela, e não se trata apenas de diversão: a mensagem, explícita e inequívoca, é que os dinossauros viveram recentemente e coexistiram com humanos. O museu é dirigido pela Answers in Gênesis, uma organização isenta de impostos. O contribuinte, neste caso o contribuinte americano, está subsidiando falsidade científica, deseducação em grande escala." do livro (O maior espetáculo da terra).
Estranho a palavra "deseduca", mas acho que é a palavra mais "educada" para o caso. Mas com relação a este museu, em se tratando dos EUA, não é de se surpreender, onde as pessoas expressam seus pensamentos em teatros e filmes. Existem casos de crianças já fanatizadas pelos pais que, quando vão iniciar uma aula sobre evolução na escola, começam a chorar e a gritar "não!" antes mesmo de saber o que é. E nos EUA, esse tipo de acontecimento não é isolado.
Infelizmente esse tipo de fanatismo, ajuda em disseminar a ignorância...

...e a construção de hospícios!




A Segunda Lei da Termodinâmica

Um dos argumentos mais utilizados por criacionistas contra a Teoria da Evolução(TE) é a segunda Lei da Termodinâmica. Não sei quem começou isso, mas posso dizer com absoluta certeza que essa pessoa deveria odiar mais física do que biologia (apesar de não ter entendido Evolução). Vejo palestras de "Geólogos" Criacionistas citando a tal lei e quando isso acontece, já percebo que essa pessoa só está tentando difundir sua crença pessoal e não, fazendo ciência, muito menos contradizendo a TE.

"Quando os criacionistas afirmam, como frequentemente fazem, que a teoria da evolução contradiz a segunda lei da termodinâmica, estão dizendo unicamente que não entendem a Segunda Lei (que eles não entendem a evolução já sabíamos). Não há contradição." Dawkins

sexta-feira, 19 de março de 2010

Fósseis revelam dinossauros aquáticos

Os hábitos semiaquáticos dos espinossauros os ajudaram a coexistir com os tiranossauros
por Matt Kaplan




Alguns pesquisadores encontraram evidências de dinossauros que passavam muito tempo na água. Essa descoberta, feita ao se analisarem isótopos de oxigênio encontrados nos fósseis de um espinossauro que se alimentava de peixes, demonstra como o dinossauro deve ter coexistido com outros grandes predadores, como os tiranossauros.
Os resultados, publicados na revista Geology, por Romain Amiot, da Universidade de Lyon na França, e uma equipe de colegas, demonstram que os dinossauros não estavam, na verdade, restritos à terra como se pensava anteriormente.




Marc Simonetti



Espinossauros podem ter passado muito tempo das suas vidas na água

Animais aquáticos, como os plesiossauros e os ictiossauros, que, embora pareçam com dinossauros, não fazem parte da linhagem dos dinos.
Baryonyx walkeri, da família dos espinossauros, possui um crânio longo e parecido com o de um crocodilo, cheio dos característicos dentes em formato de cone. Quando ele foi encontrado, as teorias eram que, com esses dentes perfurantes, em vez dos dentes serrados normalmente encontrados em carnívoros aparentados, como o Tyrannosaurus rex, e um focinho grande, esse dinossauro se alimentasse de peixes.

Evidências de um comportamento piscívoro vieram com a descoberta de escamas de peixe parcialmente digeridas no estômago fossilizado dentro de um esqueleto de Baryonyx escavado na Inglaterra em 1983. Mas os conteúdos estomacais também continham restos de dinossauros, e outras evidências posteriores demonstram que os pterossauros também eram parte da dieta dos espinossauros, tornando a questão mais complicada. A ausência de barbatanas, membranas entre os dedos das patas ou caudas propulsoras perceptíveis também não sugeriam um modo de vida aquático.

Isso levou Amiot e seus colegas a procurarem isótopos de oxigênio presos dentro do esmalte dos dentes do espinossauro e compará-los com os isótopos de oxigênio encontrados nos dentes dos crocodilos e outros dinossauros e em fragmentos de cascos de tartarugas do mesmo período.
Animais que passam muito tempo em um ambiente seco perdem água na respiração e na evaporação pela pele. Pelo fato de o oxigênio-16 ser mais leve do que outro isótopo – o oxigênio-18 –, ele é liberado de forma mais frequente com o vapor d\\'água. Em consequência, o oxigênio-18 se torna mais concentrado nos tecidos e no momento da formação do esmalte dos dentes.

Estando submersos grande parte do tempo, animais aquáticos perdem menos água do que os terrestres, e, portanto, o oxigênio-18 possui uma concentração relativamente menor nos seus tecidos. Animais aquáticos também bebem e urinam mais rapidamente que os animais terrestres; essa lavagem constante com água doce mantém as concentrações de oxigênio-18 baixas.

Os pesquisadores raciocinaram que, se os espinossauros fossem aquáticos, a concentração de oxigênio-18 nos seus tecidos iria ser bastante parecida com a de animais aquáticos como os crocodilos e as tartarugas, e seria bem menor que os valores dos isótopos de outros animais.

Para ver se esse era o caso, a equipe coletou dados de isótopos de 133 espécimes do Cretáceo – mistura de espinossauros, outros dinossauros, crocodilos e tartarugas – em quatro continentes diferentes. Eles relataram que os espinossauros apresentaram valores de oxigênio-18 1,3% menores que os encontrados em dinossauros terrestres – uma diferença estatisticamente significativa. Ao contrário, os valores de oxigênio-18 em crocodilos e espinossaurídeos não diferiram de forma significativa. A equipe argumentou que isso indica que os espinossauros viviam em ambientes aquáticos.

“Essa é uma ilustração intrigante de como as análises cuidadosas do isótopo podem ser utilizadas para diferenciar os ambientes nos quais os dinossauros e outros organismos viviam”, afirma o paleontologista Michael Benton, da University of Bristol, no Reino Unido.
Uma objeção em potencial contra as novas descobertas é que uma dieta composta, principalmente, de animais aquáticos como peixes, levaria à ingestão de comida inerentemente pobre em oxigênio-18 e faria com que os tecidos do espinossauro adquirissem valores de oxigênio-18 baixos.
No entanto, Amiot argumenta que “mesmo se os espinossauros comessem somente peixes e fossem animais terrestres, eles evaporariam a água desses peixes ingeridos pela pele e pela respiração e terminariam com uma assinatura isotópica terrestre”.

“O método que eles estão usando é sutil e controverso, mas, com o resultado repetido em numerosos espécimes de espinossauros de tantas localidades diferentes, ele pode muito bem estar certo”, afirma Benton.
No entanto, para alguns, é o visual não aquático do esqueleto do dinossauro que é difícil de ignorar. “Eu não duvido dos dados de isótopos, mas se eles viviam na água, eu fico perplexo pelos espinossauros não terem membros modificados para propulsão aquática, ou caudas flexíveis e propulsoras observadas tipicamente em animais aquáticos”, questiona Paul Barret, um paleontologista do Natural History Museum em Londres.

Amiot não consegue responder essa pergunta ainda, mas ele está disposto a começar a investigar o momento no qual os espinossauros começaram as suas vidas aquáticas, e espera que uma compreensão de quais forças os levaram para a água possa explicar de forma mais acertada os mistérios que ainda Os hábitos semiaquáticos dos espinossauros os ajudaram a coexistir com os tiranossauros permanecem sobre o grupo.

Fonte:Scientific American Brasil

quinta-feira, 18 de março de 2010

DESIGN DESINTELIGENTE

Trecho do livro "O maior espetáculo da Terra" de Richard Dawkins

"Um exemplo que vem sendo favorito desde que me foi dado pelo professor J. D. Currey quando era meu tutor durante a graduação é o do nervo laríngeo recorrente. Ele é um ramo de um dos nervos cranianos, os que saem diretamente do cérebro e não da medula espinhal. Um dos nervos cranianos, o vago (o nome significa "o que vagueia", e é bem apropriado), tem vários ramos, dois dos quais levam ao coração, e dois de cada lado da laringe (caixa vocal em mamíferos). De cada lado do pescoço, um dos ramos do nervo laríngeo vai direto à laringe, seguindo uma rota direta, como um designer poderia ter planejado. Já o outro chega à laringe depois de fazer um assombroso desvio. Ele mergulha no tórax, faz uma volta ao redor de uma das principais artérias que saem do coração (uma artéria diferente dos lados esquerdo e direito, mas o princípio é o mesmo) e então se dirige de volta ao pescoço, até chegar a seu destino. Se for visto como um produto projetado, o nervo laríngeo recorrente é uma vergonha. Helmholtz teria ainda mais razão para devolvê-lo do que para devolver o olho. Porém, assim como o olho, ele faz sentido perfeitamente no momento em que não postulamos um planejamento e pensamos na história. Para entendê-lo, precisamos retroceder ao tempo em que nossos ancestrais eram peixes"